A adolescência é uma fase de descobertas, inseguranças e mudanças intensas no corpo. E entre os sinais que começam a aparecer, muitas meninas notam, pela primeira vez, os temidos “furinhos” na pele. A celulite, geralmente associada à vida adulta, pode surgir já na puberdade — mesmo em jovens com alimentação equilibrada e prática de atividades físicas. Ainda que seja extremamente comum, o tema segue cercado por tabu, vergonha e falta de informação.

A Dra. Danuza Alves, referência nacional em tratamentos corporais com 15 anos de atuação em estética médica e saúde da mulher, explica que a celulite em adolescentes é uma consequência direta das alterações hormonais, especialmente do estrogênio. “Esse hormônio estimula o acúmulo de gordura em regiões como quadris, coxas e nádegas, favorecendo a formação da celulite. Além disso, fatores como genética, dieta rica em sal e açúcar, roupas apertadas, sedentarismo e até o uso precoce de anticoncepcionais contribuem para o surgimento precoce do problema”, afirma.

Estudos mostram que entre 85% e 95% das mulheres apresentarão algum grau de celulite ao longo da vida — e os primeiros sinais muitas vezes aparecem entre 12 e 16 anos. Apesar de não representar risco à saúde, o impacto emocional pode ser significativo, especialmente em um momento em que a autoestima está em construção. A especialista reforça que o apoio familiar é essencial. “Celulite pode parecer um detalhe para os adultos, mas pode gerar vergonha e insegurança para uma adolescente. Escuta, acolhimento e informação são fundamentais”, destaca a Dra Danuza, Medical Director & Owner da Clínica Leger Porto Alegre.

Esse desconforto é frequentemente potencializado pelas redes sociais e pelos padrões irreais de beleza. Nos últimos anos, porém, algumas celebridades começaram a falar abertamente sobre o tema, ajudando a romper o silêncio. Larissa Manoela, por exemplo, contou que se emocionou ao ver suas celulites em fotos de biquíni e decidiu não apagar. Mel Maia revelou que, após mudanças no corpo, passou a ter “muita celulite na perna e na bunda”, e aprendeu a conviver com isso. Luísa Sonza também declarou que convive com a condição desde a adolescência e que não pretende mais esconder.

Em casos de grande incômodo, alguns tratamentos podem ser considerados — como drenagem linfática, radiofrequência e bioestimuladores de colágeno — desde que indicados por um médico e com autorização dos responsáveis. No entanto, segundo Dra. Danuza, o mais importante nessa fase não é tratar, mas educar. “Não se trata de eliminar a celulite a qualquer custo, mas de aprender a lidar com o corpo real, em um momento em que tudo está mudando”, conclui.

Jessica Estrela Pereira
11940747166
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