O custo considerado alto ( R$ 10 mil po unidade) será uma das principais dificuldades para que o uso emergencial do tratamento para covid-19 liberado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o Regn-CoV2, tenha impacto significativo no Brasil. Especialistas ouvidos pelo Estadão acreditam que o valor estimado de alguns milhares de reais possa gerar até mesmo a ampliação das desigualdades no atendimento de pacientes nas redes pública e privada.
O novo tratamento resulta da combinação de dois anticorpos desenvolvidos em laboratório (batizados de casirivimabe e imdevimabe). Ele foi criado pela farmacêutica americana Regeneron em parceria com a suíça Roche, autora do pedido de autorização de uso experimental no Brasil. É indicado para casos leves e moderados da covid-19 em pacientes de 12 anos ou mais (com no mínimo 40 quilos) do grupos de risco, com uso restrito a hospitais.
O coquetel está liberado para uso em caráter emergencial nos Estados Unidos, no Canadá e na Suíça, dentre outros países europeus. Em janeiro, o governo americano firmou acordo com a fabricante para a entrega de 1,25 milhão de doses até 30 de junho, no valor de US$ 2,625 bilhões. Isto é, cerca de US$ 2,1 mil por unidade de 2,4 mil mg (a posologia autorizada no Brasil é metade, com 1,2 mil mg).
Segundo o Ministério da Saúde, os remédios serão incorporados ao SUS apenas quando tiverem registro definitivo na Anvisa. Nos casos de planos de saúde, a cobertura é obrigatória para quando houver indicação médica e casos de internação. O novo coquetel, entretanto, não é indicado para pacientes graves e hospitalizados.
João Alberto